A viagem do elefante
5 Novembro 2008
Para os curiosos de livros…
Na última aula falámos de D. Manuel e de D. João III, a propósito de Descobrimentos. Hoje leio que José Saramago baseia-se num acontecimento do Renascimento para escrever o seu mais recente livro.
Segundo entrevista dada à Lusa “o livro narra uma viagem de um elefante que estava em Lisboa, e que tinha vindo da Índia, um elefante asiático que foi oferecido pelo nosso rei D. João III ao arquiduque da Áustria Maximiliano II (seu primo). Isto passa-se tudo no século XVI, em 1550, 1551, 1552. E, portanto, o elefante tem de fazer essa caminhada, desde Lisboa até Viena, e o que o livro conta é isso, é essa viagem”.
Mas alguém me saberá dizer se isto foi mesmo verdade?
5 Novembro 2008 at 19:12
Olá professor!
Não compreendi uma coisa na viagem. O elefante é transportado em algo certo? Por exemplo num barco.
Boa tarde!
5 Novembro 2008 at 19:27
Olá Luísa. A questão é justamente essa: gostava que descobrissem esta história, como foi realmente o elefante de Lisboa até Viena… Investiga… Amanhã por certo que terás uma resposta.
5 Novembro 2008 at 20:49
Vou tentar descobrir. Também queria que me desse uma ajuda na escolha de um livro para ler. Achei “O carteiro de Pablo Neruda” muito interessante.
Boa noite!
5 Novembro 2008 at 21:11
Claro que vais adorar o “Carteiro”. Mas depois poderemos falar em coisas que dão que pensar…
5 Novembro 2008 at 21:42
Eu queria dizer que já li o “Carteiro” e gostei muito. Agora gostava de ler outro tipo de livros, mas não sei qual escolher.
Será que me podia dizer qual é o nome do livro da viagem do elefante para eu pesquisar?
5 Novembro 2008 at 22:19
O livro “A viagem do elefante” será lançado esta semana em Portugal, pela editora Caminho. Mas penso que numa vista à biblioteca poderás encontrar mais uma pérola. Até amanhã.
6 Novembro 2008 at 17:14
já li e tirei este excerto do texto.
Fiquei com curiosidade de saber o que terá acontecido ao rinoceronte.
Em Dezembro, D. Manuel I, que já tinha oferecido o elefante Hanon ao Papa Leão X, decidiu antes enviar-lhe o rinoceronte, acompanhado por uma faustosa embaixada. O animal voltou ao mar e a nau portuguesa que o transportava arribou em Janeiro de 1516 à Ilha de If, em frente a Marselha. Em 24 de Janeiro, o Rei de França, Francisco I, dirigiu-se à ilha com a sua corte para ver o rinoceronte. Em seguida, a nau voltou a partir com o rinoceronte, mas naufragou ao largo de Porto Venere, perto de La Spezia. O pobre rinoceronte pereceu no mar e não se sabe exactamente o que foi feito do seu corpo: teria sido resgatado e a sua pele teria sido oferecida ao Papa (contudo, o Vaticano desmente oficialmente a existência de uma pele de rinoceronte nos seus arquivos secretos).
6 Novembro 2008 at 17:23
Muito bom, Rui.
6 Novembro 2008 at 17:29
Existem poucos dados sobre este acontecimento. Depois de uma longa pesquisa, cheguei à conclusão que não se sabe ao certo se o elefante existiu. Sabe-se que José Saramago se inspirou numa visita à Áustria e que entrou num restaurante chamado “O Elefante”. Também conclui que esta ideia tem mais de dez anos.
6 Novembro 2008 at 17:37
É verdade Rita, tendo em conta a entrevista dada por Saramago.
5 Abril 2009 at 19:52
A história do elefante de Maximiliano começa em Portugal onde o ainda não imperador visitou D. Joao III, depois de um estágio a que foi forçado de permanência em Espanha após o seu casamento.
Nessa visita Maximiliano ficou extasiado com os animais exóticos deidos pelo rei de Portugal, especialmente pelos elefantes.
O monarca, então, resolveu oferecer-lhe um proboscídio.
Maximiliano iniciou então a sua viagem de regresso a Viena. E D João III enviou-lhe um exemplar de presente. Este elefante foi enviado a Genova por mar, onde chegou antes de Maximiliano. Por sugestão de D.João, foi batisado de Suliman e seguiu viagem por terra até Viena onde chegou em 1552.
Cansado, Suliman não resistiu e acabou por morrer em 1553.
Existem no trajeto entre Genova e Viena diversas pousadas ou albergues com nomes associados a Suliman, em virtude da grande surpresa que a sua passagem causou…
5 Abril 2009 at 19:59
Agradeço o contributo.